Segundo os dados do Vigitel 2021, o percentual de fumantes a partir dos 18 anos no Brasil é de 9,1%, sendo 11,8% entre homens e 6,7 entre mulheres.
E cada vez mais os estudos alertam os perigos do tabagismo e não é somente para quem fuma, além dos problemas do cigarro para o coração, respiração e surgimento de câncer, ele também prejudica o aparelho reprodutor masculino e feminino, podendo causar infertilidade.
Entenda o perigo para a fertilidade
De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, homens e mulheres que fumam possuem 3 vezes mais chances de terem infertilidade, quando comparados aos não fumantes.
A mulher e o tabagismo
Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, a infertilidade feminina atribuída ao tabagismo pode chegar a 13%, além disso mulheres que chegam a fumar 20 cigarros por dia possuem a fertilidade reduzida em 25%, enquanto isso, as que fumam uma quantidade maior podem reduzir as chances em até 43%.
Há diversos componentes e substâncias no cigarro, como a nicotina, alcatrão e o monóxido de carbono que impactam diretamente o aparelho reprodutor, tanto masculino quanto feminino.
Essas substâncias tóxicas resultam na oxidação dos óvulos e o resultado disso é uma diminuição extrema na quantidade e qualidade, essa caída no estoque de óvulos pode estar ligada ao fato de que fumantes possuem a tendência de entrar primeiro na menopausa do que as que não fumam.
Entenda a alteração causada na mulher pelo tabagismo
A mobilidade das tubas uterinas também pode sofrer alterações trazendo uma dificuldade maior na implantação do embrião, caso aconteça a fecundação. Além disso, há também um aumento de ocorrer um aborto em até 27% e de uma gravidez ectópica, ou seja, nas tubas.
Caso a gravidez siga, mulheres que são fumantes possuem maiores chances de terem problemas durante a gestação, tais como placenta prévia ou até o parto prematuro.
A fertilidade masculina e o tabagismo
Os homens também podem sofrer de impotência por conta do cigarro, segundo pesquisadores da Universidade de Saarland, na Alemanha, descobriram que homens que fumam possuem menores taxas de proteína P2, que é essencial para o desenvolvimento dos cromossomos e para que a reprodução aconteça, a deficiência dessa proteína pode causar a infertilidade.
Além disso, os danos causados pelo cigarro reduzem na produção de espermatozoides além de causarem deficiências que dificultam ainda mais a fecundação.
A mobilidade dos espermatozoides também é afetada pelo cigarro, ou seja, apesar de acontecer a produção de espermatozoides, eles não se locomovem e, assim, não conseguem chegar até o óvulo para acontecer a fecundação.
Entenda as complicações que o tabagismo causa na reprodução assistida
O casal que busca ter sucesso na gestação através de técnicas de reprodução assistida, possuem uma menor chance de a fertilização tornar-se uma gravidez quando o homem, a mulher ou até ambos fumam e até precisam fazer mais tentativas de fertilização do que um casal não fumante.
O cigarro faz com que a qualidade e quantidade de embriões por ciclo sofra uma redução e com isso em muitos casos, a estimulação ovariana precisa ser prolongada.
Diante isso, é importante ter um médico especialista em reprodução assistida para conseguir identificar se há o risco de a paciente desenvolver a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO) e assim ir atrás de alternativas para conseguir impedir que a condição se manifeste já que o quadro é mais grave para as mulheres fumantes.
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