Sabemos que deixar o consultório com o diagnóstico de uma infecção sexualmente transmissível nunca é fácil, mas antes de deixar o nervosismo bater e pensar no pior, é importante saber mais sobre a DST (Doença Sexualmente Transmissível) em questão.
A infecção por HPV, uma das DSTs mais recorrente no mundo, essa infecção desaparece espontaneamente geralmente, mas uma pequena proporção pode avançar para um câncer.
Mas o que é HPV? Como se proteger? Quais os riscos para a saúde? Continue lendo para entender melhor sobre tudo que envolve o HPV.
O que é HPV?
É a abreviação em inglês para papilomavírus humano. Essa infecção sexualmente transmissível muitas vezes não apresenta sintomas, mas pode haver verrugas genitais em homens e mulheres.
A real é que existem mais de 150 tipos de HPV, cerca de 40 delas afetam a região genital, e pelo menos 13 desencadeiam câncer de colo de útero, vagina, ânus, pênis e vulva. Quando há o sexo oral, também pode aparecer tumores na orofaringe e na boca.
Como ocorre a transmissão?
O HPV é transmitido através do sexo, seja ele oral, vaginal ou anal e até mesmo a masturbação pode levar ao contágio.
O vírus fica hospedado em qualquer parte da região genital, não somente na vagina e no pênis, mas a vulva, períneo, bolsa escrotal e região pubiana também podem armazenar o HPV.
Daí porque o preservativo masculino ajuda a proteger contra a doença, mas isso não invalida o risco de contágio. Outra maneira de transmissão mais atípica é da mãe para o bebê durante o parto.
Quais os sintomas?
Em muitas pessoas, o HPV passa despercebido, afinal o próprio sistema imunológico dá conta de eliminar antes de causar qualquer sintoma. Porém, em alguns casos, ele consegue permanecer no corpo e, logo após de se instalar no sistema, começa agravar e isso se torna mais comum nas pessoas que estão com as defesas do organismo vulneráveis, como gestantes ou pacientes com aids sem tratamento adequado.
Quando há a manifestação do HPV, geralmente aparecem como verrugas genitais, como já comentamos e esses sintomas demoram de seis meses a dois anos para aparecer.
Além disso, o HPV pode causar lesões anais, no colo uterino e vulva. Entre outros casos mais graves, essas lesões podem ser pré-cancerígenas para o câncer do colo uterino. E atenção: o HPV também pode apresentar lesões na orofaringe e estômago por sexo oral.
Já nos recém-nascidos infectados através da transmissão vertical, a manifestação mais comum é a papilomatose laríngea, ou seja, verrugas que nascem nas mucosas das vias aéreas do bebê.
Entenda a incidência do HPV
É a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo, e é estimado que 25% a 50% das mulheres e 50% dos homens já tenham contraído algum tipo de HPV.
Em 2018 houve dados parecidos no Brasil depois de uma pesquisa realizada pelo Hospital Moinhos de Vento no Rio Grande do Sul, em parceria com o Ministério da Saúde. Entre 8.626 homens e mulheres de 16 a 25 anos analisados, observou-se o HPV em 53,6%.
Houve uma predominação na população feminina de 54,6% contra 51,8% na masculina. Os subtipos que podem virar câncer foram diagnosticados em 35,2% dos participantes.
Como é feito o diagnóstico do HPV?
Há diversos métodos, as lesões nas partes externas dos órgãos genitais ou na região bucal podem ser diagnosticadas no consultório. Mas também há lesões na vagina ou no colo do útero que são impossíveis de serem achadas a olho nu, elas podem ser encontradas através do Papanicolau ou Colposcopia.
A boa notícia é que depois desses exames, que precisam ser repetidos em um determinado tempo com o médico, vai dando para identificar alterações pré-cancerosas, e fazer a remoção antes de virar um câncer, ou seja, esses exames periódicos previnem tumores.
HPV tem cura? Entenda como funciona o tratamento
Como já citamos, geralmente o próprio organismo tende a exterminar o HPV após um período, porém caso haja uma persistência, não há um antiviral específico. O que é feito é tratar as possíveis lesões deixadas por ele e fazer o acompanhamento do paciente para evitar o câncer.
Temos diversos tratamentos para as verrugas e lesões, como: pomadas imunossupressoras, cauterização e cirurgia, a escolha vai depender da localização e da quantidade de machucados.
Aliás, os dois últimos tratamentos estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde), além de algumas pomadas.
Entenda sobre as possíveis complicações do HPV
Precisamos deixar claro que geralmente, há um risco das lesões genitais se tornarem mais frequentes e por isso, além de lidar com o incômodo, o paciente precisará refazer o tratamento diversas vezes ao longo da vida.
Porém, a complicação que mais amedronta é o câncer, principalmente o de colo de útero e de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), os tipos de 16 e 18 do HPV estão atrás de 70% de casos desse tumor.
Ainda segundo o INCA, o câncer de colo de útero só é menos incidente do que o câncer de mama, o colorretal e o de pele.
Como ocorre a prevenção?
Essa é uma das poucas doenças que a prevenção não é efetiva apenas com preservativo, como já falamos, o vírus acaba se instalando em outras partes genitais que não são cobertas pela camisinha.
Mas o seu uso continua sendo primordial, afinal ela consegue evitar de 70% a 80% das infecções por HPV. Mas, com certeza, a medida preventiva principal é a vacinação, no SUS, está disponível a vacina quadrivalente contra o HPV, que consegue proteger os tipos 6, 11, 16 e 18, e ela é aplicada até os 14 anos nos postos de saúde de todo o país.
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